TIM precisa assegurar um crescimento sustentável
TIM Brasil, apos chegar na segunda posição do mercado brasileiro de telefonia móvel (agosto passado), atingiu mais um nivel em abril. Pela primeira vez, o operador bateu o concorrente dele, o Vivo na região metropolitana de São Paulo (SP). Em abril, a TIM informou uma quotação de mercado de 31,8% na área do código 11, que abrange São Paulo, enquanto a participação da Vivo foi de 30,9%. A conquista é significativa, já que São Paulo, região metropolitana tem quase 20 milhões de habitantes e o maior PIB do país.
O sucesso da TIM pode ser atribuído ao seu portfólio de novos planos lançados em 2009, TIM Infinity e Liberty, que deu impulso no seus resultados financeiros e na participação de mercado. Infinity é um plano pré-pago, que cobra apenas o primeiro minuto das chamadas para números TIM, fixos e móveis.
TIM Liberty é destinada a clientes pós-pagos e oferece número ilimitado de chamadas pela net. TIM também tem um portfolio de plano de dados atractivo, com preços a partir de BRL 0.50 (EUA $ 0,25) por dia. Sem dúvida, os resultados da TIM são impressionantes. Mas o crescimento do mercado móvel só é sustentável se for seguido por investimento fisico em rede. TIM, cuja subscrição de base cresceu 25,6% de 2010 a 2011, já está lutando para continuar a expansão, sem comprometer a qualidade da rede. Recentemente, o Tribunal Federal impediu para operadora vender novas linhas móveis nos estados de Pernambuco e Ceará por causa de problemas de qualidade de rede.
Ofertas atraentes e competitivas ajudam a atrair novos clientes no curto prazo, mas no longo prazo, a TIM terá de fazer mais para reter assinantes. Fornecer alta qualidade e um serviço confiável para móveis é fundamental para manter um crescimento consistente. Vivo, investindo pesadamente na expansão da rede e atualizações, conseguiu atrair usuários high-end (22% dos assinantes pós-pagos, em contraste com a TIM 14,4%), e manter a liderança de mercado, com uma quota de 29,8% e maior ARPU do que da TIM (ver fig. 1).
Grafico 1: ARPU by operator, 1Q10-1Q12
Vivo fez investimentos significativos em 3G desde o lançamento do serviço no final de 2008. Atualizou 100% de sua rede 3G para HSPA em 2010, e em 2011 lançou o HSPA + na região metropolitana de São Paulo.
Mas a TIM não sustentou o a sua implantação 3G de forma semelhante. Em abril deste ano, a cobertura de rede 3G foi de apenas 20% em comparação a Vivo, que ampliou seu sinal para 2.727 cidades. Como conseqüência, a TIM não foi capaz de tirar o máximo da forte demanda por serviços de dados no país. Apesar de aumentar significativamente a sua base de clientes, incluindo assinaturas de banda larga móvel, no T1 2012, a receita de dados da TIM ainda eram 48,7% menor do que a Vivo, enquanto a diferença de quota de mercado por assinaturas foi de apenas 2,87 pontos percentuais (ver graf. 2).
Grafico. 2: Dados de vendas por operadora, Q1 2010 – Q1 2012
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O leilão de espectro LTE em Junho é uma oportunidade para TIM melhorar a qualidade do serviço dos seus clientes de banda larga móvel. A tecnologia permitirá à operadora oferecer velocidades mais altas, com cibla os usuários high-end procurando um serviço de muita qualidade mais que valor do serviço. TIM também pode usar LTE para a rede de descarga, melhorando a qualidade dos serviços 3G. A quantidade de espectro disponível para redes 3G é limitado, então TIM será deixado para trás se não adquirir licenças de 4G. A demanda por banda larga móvel está crescendo no Brasil, e TIM deve ser capaz de fornecer um serviço de alta qualidade se quiser continuar crescendo, tanto em receita que em subscrições de clientes.